A decisão do governo deve trazer algum alívio às incorporadoras, construtoras e consumidores, sobretudo os de classe média e alta.
Economia para o consumidor mais endinheirado que está busca da casa própria chega a R$ 250 mil.
A decisão do governo de elevar o teto do financiamento de imóveis como uso do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço
(FGTS) para R$ 1,5 milhões , em vigor a partir desta segunda-feira (20),
deve trazer algum alívio às incorporadoras, construtoras e
consumidores, sobretudo os de classe média e alta. Mas para especialistas, a medida não tem potencial para destravar de vez o mercado imobiliário e reinjetar
ânimo na construção civil.
A economia para o consumidor mais endinheirado que está em busca da casa própria chega a R$ 250 mil ao final de um financiamento, segundo, uma simulação elaborada pelo consultor Marcelo Prata, fundador do Canal de Crédito. A parcela inicial, por exemplo, fica R$ 1.185,44 mais barata.
Taxa de Juros
Já a taxa de juros pode ser de 1,5 ponto porcentual menor
entre o regime anterior e as novas regras. O efeito prático de redução no custo
do empréstimo, contudo, deve ser maior. O cálculo utiliza a chamada taxa balcão, para quem não tem
nenhum relacionamento com o banco.
A revolução
aprovada pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) na semana passada permite
não só o enquadramento no Sistema
Financeiro da Habitação (SFH), como já
era permitido desde de Setembro do ano
passado , mas inclui também o uso dos recursos do FGTS na compra.
Antes, imóveis a partir de
R$ 800 mil ou R$ 950 mil, a
depender da região do País, estavam fora
dessa combinação de utilização de dinheiro do Fundo e crédito subsidiado.
“A crise no setor imobiliário é muito mais por falta de
confiança dos consumidores e do alto nível de desemprego do que pelos juros em nível elevado . Logo , o incentivo de uso do FGTS tem muito mais peso”, afirma Prata. Segundo o analista, a prova disso é
que não houve recuperação no mercado quando a primeira autorização, que
não incluía o FGTS , foi decidida.
A alteração só engloba
empreendimentos novos e terá
validade até 31 de dezembro desde ano , quando o governo reavaliar se mantém o
estímulo por mais tempo.
Por excluir o mercado
de usados , a medida pode ter efeito
reduzido na economia , na avaliação do pesquisador da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo
Zylberstajn, “ O proprietário de
uma unidade usada poderia utilizar uma nova regra para partir para um novo”,
afirma. “A medida é endereçada às construtoras e só resolve parte do problema,
que são os estoques altos” , avalia Prata
no Canal do Crédito.
De todo modo, Zylberstajn acredita que uma parcela da
população deve ser beneficiada com a
medida. “Desamarra um pouco o FGTS. Quem tem um valor considerável preso no
FGTS a uma remuneração baixa agora pode destiná-lo à entrada de um imóvel “, afirma.
Para o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi
– SP), Flávio Amary , a elevação do teto servirá mais como um empurrão ao setor, mas não será o
suficiente para produzir alguma pressão
de alta nos preços. “Quem tiver recursos para se antecipar neste momento de
baixa pode ter benefícios na negociação”, diz.
Um estudo conduzido pela Secretária de Planejamentos e Assuntos Econômicos (Seplan), do Ministério
do Planejamento , mostra que a medida vai
gerar um impacto de R$ 4,9 milhões na
economia brasileira neste ano. O reflexo
No Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 0,07 ponto porcentual.
Nas contas da Seplan, a inciativa poderá
resultar em um acréscimo anual de
R$ 490 milhões nos saques do FGTS. Esses recursos possibilitariam a venda de quatro mil unidades, mostra a projeção. “A medida
vai contribuir para a retomada do crescimento”, destaca nota do Governo.
Amaury, do Secovi-SP , é mais otimista e diz que o impacto da medida pode ir além do previsto. “Acredito
que a medida deve ser vista num contexto mais amplo. O setor de decoração, por exemplo , deve ser
beneficiado com o acréscimo de venda de imóveis novos”, destaca.
O executivo acredita
que o atual ciclo negativo do
segmento deve estar perto do fim . “Se confirmada
as expectativas de retomada das
atividades no fim do ano, o setor deve melhorar
as vendas e os lançamentos”, afirma. As informações são do jornal O
Estado de São Paulo.
Fonte: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/nacional/noticia/2017/02/20/com-fgts-financiar-imovel-de-ate-r-15-milhao-ficara-mais-barato-271448.php
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